terça-feira, 8 de maio de 2018

Não estamos preparados para o milagre!

Nem todos estão preparados para um milagre, para uma cura, para um restabelecimento, para uma nova oportunidade.
Às vezes clamamos a Deus que ouça e atenda nossas orações e traga para nós os nossos queridos de volta ao convívio porque os amamos e não queremos que eles partam jamais! É lógico isso. Ou talvez, nós, no leito da doença e à sombra da morte, queremos que Deus nos restabeleça. Queremos viver tudo que ainda puder e veja uma vida toda ainda pela frente.
Mas, nem todos estão preparados para um milagre! Sim...
Você já parou para pensar nas consequências? No trabalho do restabelecimento para que tudo volte ao normal? E, se voltar! Sim, SE voltar! Nem todos que passam pela doença e pelo vale voltam são e perfeitos como eram. A maioria tem sequelas temporárias, e outros tantos as tem para uma vida inteira! Uma vida que dali por diante será de luta, trabalho, esforço, empenho e muitas, muuuitas vezes de limitações, desânimo, sofrimento, depressão.
Talvez você não tenha entendido ou aceitei nada até aqui. Ou esteja vendo um certo egoísmo.
Nós, como familiares, amamos tanto a pessoa que a queremos para nós. Oramos, choramos, clamamos, imploramos, fazemos votos... E não pensamos no sofrimento que o outro irá passar. E quando ele passa por isso, julgamos ser frescura e falta de vontade pelas coisas.
Nós, como familiares, nunca pensamos no trabalho todo que teremos com aquela pessoa. As noites em claro, as horas em ajuda, desprendimento, paciência, amor, esforço, abnegação, o abrir mão da liberdade, dos passeios, do trabalho, do restante da família, dos estudos, e etc , que teremos de dispor para estar lá, ao lado do ente que tanto oramos. Infelizmente, poucos são os que abrem mão da própria vida social pela vida do outro por quem orou. Poucos compreendem a dor e são empáticos com o outro.
E se a situação inverter? Você se sentiria como? Queria viver bem, são e recuperado, claro! Mas e se não? E se voltar com sequelas pra vida e dependendo dos outros? O que acharia melhor entre a vida restrita e a morte (que a morte diz ser um descanso)?
A grande verdade nisso tudo é que de todos os parentes e amigos que dizem nos amar, que oram por nós e torcem por nossa recuperação, não nos acompanham posteriormente quando as coisas não saem 100%. Poucos são os que visitam. Raros são os que ligam. Escassos são os que permanecem ao lado ali na luta diária para ajudar no que for preciso. Dos mais próximos como pai, mãe, irmãos, cônjuge e/ou filhos, veja 2 que estarão sempre perto e 1 que estará sempre disponível para a vida toda de restrição do que voltou por milagre.

Nem todos estamos preparados para o milagre. Porque nem sempre o milagre é como sonhamos. Porque nem sempre o milagre é a cura física, mas às vezes uma cura espiritual, mental, sentimental - que não necessariamente o doente restabelecido. Porque nem todos estão preparados para as consequências sobre si que esse milagre irá trazer.
Nem sempre o julgo é suave... Nem sempre o fardo é leve... Mas Deus deu ombros largos para isso. E as melhores batalhas aos seus guerreiros mais fortes.

Prepare-se para o milagre!