
Poderia eu não dizer mais nada aqui sobre o
poder que a nossa língua tem. Poderia não frisar o quanto bem ou mal tem ela a
capacidade de transmitir. Mas, de uma forma muito especial, Deus tem uma
mensagem poderosa para nos ensinar na Sua Palavra (a Bíblia) sobre como devemos
nos portar e usar essa poderosa arma que temos.
Curiosamente,
temos em nosso meio de forma muito comum o “falar da vida alheia”. É comum
comentar, falar, espalhar e até fofocar e caluniar algo que ficamos sabendo
sobre a vida das pessoas. Muitos podem achar que não fazem o que chamamos de “fofoca”,
mas como poderíamos classificar o “falar da vida alheia” de forma tão clara?
Tamanha é nossa disposição em falar do outros, que muitas vezes somos tomados
pelo falar demais e acabamos por colocar coisas que não existem, que não
aconteceram e até que nem foram ditas... ou seja, não provém de fonte alguma a
não ser nossa própria mente afiada. De forma bem interessante, vemos como uma
famosa brincadeira de “telefone sem fio” pode perfeitamente fazer parte da
nossa vida. De forma bem peculiar a Bíblia nos alerta em como devemos proceder
com relação ao nosso falar e pensar.
Uma das
coisas mais comuns que nos ocorrem são os que “Todavia lisonjeavam-no com a boca, e com a língua lhe mentiam.”
- Salmos 78:36. Como isso? Pessoas que
costumeiramente na sua frente são uma coisa e por trás outra; pessoas que te
bajulam na sua presença, mas na sua ausência destilam dos mais ardis venenos
que a mente possa jorrar. Neste sentido, a Bíblia nos diz de forma muito
contundente que da parte dos ímpios (pessoas más e que pensam no que é mau) “Não terá firmeza na terra o homem de má
língua; o mal perseguirá o homem violento até que seja desterrado.” - Salmos
140:11. Além disso, diz também que “Porque não há retidão na boca deles; as suas entranhas são
verdadeiras maldades, a sua garganta é um sepulcro aberto; lisonjeiam com a sua
língua.” - Salmos 5:9. Já imaginou Deus vendo sua boca
como um sepulcro aberto? De que não há retidão no seu falar? E que o seu
interior não há verdade benéficas?
Um
sepulcro não contém nada mais que um morto podre, cheio de vermes que o comem
por dentro até que se torne em ossos secos. Fede, é repugnante, é nojento e
rejeitado é o local onde ele se encontra. Uma boca cheia de palavras más,
mentiras e que procede fora da firmeza e retidão, atrai para si o mal, a violência,
a maldição. Uma pessoa que não tem poder sobre o que falar com palavras torpes,
também não tem poder sobre sua mente e seu corpo, porque assim como diz o
ditado “a boca fala do que está cheio o coração”. Poderia por acaso uma pessoa
de mente torpe falar coisas retas e puras? Poderia ter pureza de alma e mente
aquele que se detém em falar mal da vida alheia e semear a discórdia?
No nosso
muito falar corremos o risco grave da insanidade e do falar sem medida. Provérbios
10:19 diz que “Na
multidão de palavras não falta pecado, mas o que modera os seus lábios é sábio”.
Ou seja, aquele que falar demasiadamente incorre em maior risco de cometer
pecados, pois mui afiada é! Mas de forma excepcional Deus tem por sábio o que
modera (pondera, pensa, reflete antes) o que precisa falar. E justamente por
isso ele nos aconselha: “Guarda a tua língua do mal, e os teus
lábios de falarem o engano.” - Salmos
34:13
Falar é ótimo, mas aqueles que sabem ouvir, pensar, reter para
si o necessário e só falar o que convêm, alcança grande sabedoria e torna-se
querido e admirado por todos! O que é sábio no falar, torna-se sábio no proceder e no
pensar; saberá analisar as situações e tomar as melhores decisões. Poupará a
vida das pessoas e até sua própria vida de desgraças e maldições, pois ao invés
de semear os ventos da discórdia, será o semeador de bons ventos e bênçãos sem
medida! “Mas, o que sai da boca, procede do
coração, e isso contamina o homem. Porque do coração procedem os maus
pensamentos, mortes, adultérios, fornicação, furtos, falsos testemunhos e
blasfêmias. São estas coisas que contaminam o homem;” - Mateus
15:18-20
Aquele que cuida em ser servo de Cristo, ser cristão, bondoso,
respeitado, feliz, bom exemplo e sábio, deve tomar como primeiro item cuidar de
si próprio, buscar sempre antes da atitude o pensar “o que Jesus faria?”. Pois bem diz a Bíblia
que o que profere mentiras não é filho de Deus, antes procede como o pai,
Satanás (João 8:44). De
fato, “Se alguém entre vós cuida ser religioso,
e não refreia a sua língua, antes engana o seu coração, a religião desse é vã.”
– Tiago 1:26.
Sendo
então filhos de Deus (como pensamos), que nossa boca seja uma verdadeira fonte de
bênçãos – que nossas palavras transmitam vida, amor, união e misericórdia!
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