"Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus." - Mateus 5:14-16.
Quão difícil é ser luz!
Digo não somente baseada em nossas qualidades, mas principalmente na nossa vida pecaminosa e cheia de defeitos! Mentimos, roubamos, caluniamos, fingimos, negligenciamos... fazemos tudo ao contrário do que se deveria ser feito.
É bem verdade que cada um de nós temos uma luz própria: pequena, grande, de maior ou menor intensidade; mas que é capaz de atingir todos que nos rodeiam. Essa luz que possuímos é tudo aquilo que somos em: maneiras, jeitos, costumes, palavras, pensamentos, conduta, vestimenta, gostos diversos, estilo. Esse nosso exterior só é uma fagulha de tudo que somos em essência, em alma, em caráter, em fé. E bem nitidamente é fato que não conseguimos esconder o que somos, pois o nosso exterior o reflete.
Pensando em tudo que somos e podemos ser, o quanto nossa vida tem influenciado e iluminado a vida de outros? Estaríamos nós aqui pelo simples acaso? Poderíamos viver isoladamente sem que respingue em outrem aquilo que somos? Somos chamados a refletir, respingar, iluminar a vida das pessoas que nos cercam! Somos chamados por Deus para ser diferenciais num mundo onde tudo parece igual, errôneo mas tão comum e normal. Somos convocados a fazer brilhar exteriormente o que brilha em nós interiormente.
Sabe, vejo muitos a dizer que o seu exterior não influencia em nada sobre aquilo que são, sobre o que creem, sobre sua fé. Mas, é tão comum hoje o cristianismo, que tornara-se igual em visibilidade ao mundo. Lembro-me dos tempos em que cristãos eram reconhecidos à distância pela simples aparência recatada, educada e diferenciada de ser. Sentiam orgulho de vestir-se decentemente, cuidar da aparência do mal pois não queria chamar a atenção para seu estilo, falavam de forma singela e respeitosa. Hoje, vemos cristãos dos mais variados tipos: roupas iguais aos mais estilos chamativos (indecentes por muitas vezes), palavreados baixos e com gírias, estilos e gostos muito idênticos ao povo comum que professa incredulidade ou mesmo falta de religião definida. Não somos de pronto identificáveis! Para que alguém nos reconheça como um representante de Cristo aqui, há de se ter uma longa conversa, pois muitas vezes temos até vergonha de falar que professamos uma fé!
Não estou aqui falando ser pecado, mas estou falando de coerência. Não estou falando do que não pode ser, estou falando de ser diferente. Podemos sim ser exteriormente diferentes, e ter um coração e mente imundos e impuros; assim como posso morrer perdido estando exteriormente dentro dos padrões retos. Podemos espalhar trevas por onde andamos, achando que estamos a transmitir luz. Mas, nossas trevas ainda podem ser banidas pela luz dos outros e de Jesus.
Sabiamente e inspirada por Deus, uma grande escritora disse: "Curto é o tempo de que dispomos. Não podemos passar por este mundo mais de uma vez; tiremos pois, ao fazê-lo, o melhor proveito de nossa vida. A tarefa a que somos chamados não requer riquezas, posição social, nem grandes capacidades. O que se requer é um espírito bondoso e desprendido, e firmeza de propósito. Uma luz, por pequena que seja, se está sempre brilhando, pode servir para acender outras muitas. Nossa esfera de influência poderá parecer limitada, nossas capacidades diminutas, escassas as oportunidades, nossos recursos reduzidos; no entanto, se soubermos aproveitar fielmente as oportunidades de nossos lares, maravilhosas serão nossas possibilidades. Se abrirmos o coração e o lar aos divinos princípios da vida, poderemos ser condutos que levem correntes de força vivificante. De nosso lar fluirão rios de vida e de saúde, de beleza e fecundidade numa época como esta, em que tudo é desolação e esterilidade." {A Ciência do Bom Viver, p.355.1}
De fato, não é nada fácil ser luz à outras pessoas, ser exemplo, resplandecer. Mas, para que isso seja natural em nossa vida, algo que venha a fluir vividamente e simploriamente como o nosso respirar, Cristo nos diz: "[...] Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida." - João 8:12. Eis o nosso exemplo! Quando seguimos a Cristo, automaticamente nossa vida emite a luz necessária a outros!
O nosso modo de ser, de lidar com as pessoas, de tratá-las em suas necessidades, são os itens que nos tornam diferentes. O nosso ajudar, o cuidar, o falar, o agir, o andar, o amparar... o ser aquilo que Cristo seria se naquela situação estivesse é o que nos torna verdadeiramente cristãos ou não-cristãos.
"Os seguidores de Cristo devem ser a luz do mundo; mas Deus não lhes manda
fazer um esforço para brilhar. Ele não aprova nenhum esforço de satisfação
própria para exibir uma bondade superior. Deseja que sua alma esteja imbuída
dos princípios do Céu; então, ao se
porem em contato com o mundo, revelarão a luz que
neles está. Sua firme fidelidade, em todos os atos da vida, será um meio de
iluminação." {A Ciência do Bom
Viver, p. 36.3}
Nossa vida deve jorrar luz e boa influência de Cristo... assim como é simples e natural o nosso respirar.

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