sexta-feira, 2 de maio de 2014

Apocalipse 4: Visão do céu, do trono e seres celestes

Apocalipse capítulo 4 nos apresenta de uma forma muito especial o Céu. O trono de Deus, com os que nele habitam. João, em sua finita visão humana, descreve com suas próprias palavras o que contemplava para que pudéssemos ter noção singela de como era o Santuário de Deus.

"Depois dessas coisas olhei, e diante de mim estava uma porta aberta no céu. A voz que eu tinha ouvido no princípio, falando comigo como trombeta, disse: "Suba para cá, e lhe mostrarei o que deve acontecer depois dessas coisas".
Imediatamente me vi tomado pelo Espírito, e diante de mim estava um trono no céu e nele estava assentado alguém." - Apocalipse 4:1-2
Após as cartas dadas a João, o Espírito Santo o tomou em visão novamente e ele pode contemplar em majestade todas as coisas; logo ao ser elevado, fora tomado pela visão de Deus em seu trono.
O acesso a Deus que antes era feito por intermediários como sacerdotes, agora era livre diretamente ao trono de Deus "como uma porta aberta no céu". Que privilégio! Jesus nos assegurou esse livre acesso à Ele pelo seu sacrífico e intercessão. A mesma voz que João ouvia na Terra, quando Cristo aqui viveu, agora João ouvia de forma alto, melodiosa e poderosa como uma trombeta!

"Aquele que estava assentado era de aspecto semelhante a jaspe e sardônio. Um arco-íris, parecendo uma esmeralda, circundava o trono, ao redor do qual estavam outros vinte e quatro tronos, e assentados neles havia vinte e quatro anciãos. Eles estavam vestidos de branco e tinham na cabeça coroas de ouro. Do trono saíam relâmpagos, vozes e trovões. Diante dele estavam acesas sete lâmpadas de fogo, que são os sete espíritos de Deus." - Apocalipse 4:3-5
João não conseguia expressar a real aparência de Deus. Sua luz era fulgurante, tinha esplendor, glória, brilho inexplicáveis... Alguns comentaristas, baseados em Salmos 89:14 e 97:2, dizem que essas pedras representam uma base para o trono divino ("Justiça e juízo são a base do teu trono; misericórdia e verdade irão adiante do teu rosto." e "...justiça e juízo são a base do seu trono."). Como Ele é justiça, juízo, misericórdia e verdade, a mistura de cores formariam essa aparência das pedras e do arco-íris refletido através da junção delas. O próprio arco-íris, é representação da misericórdia, amor e aliança de Deus para com os seres humanos (E estará o arco nas nuvens, e eu o verei, para me lembrar da aliança eterna entre Deus e toda a alma vivente de toda a carne, que está sobre a terra. - Gên.9:16).
Os trovões, relâmpagos e vozes, cremos ser a voz do próprio Deus e dos seres celestiais que ao redor do trono estão a louvá-Lo constantemente (ref. Apoc. 1:15Apoc. 14:2Sal. 29:3 e Ez. 1:24).
Sobre os "sete espíritos", cre-se ser uma referência a totalidade do que é Deus. E isso baseado em Isaías 11:2 que diz: "E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do Senhor." O Espírito Santo é representado pelo fogo, como em Mateus 3 e em Atos 2.
Sobre os 24 seres e tronos, vestidos de branco e com coroas, há duas linhas de pensamento: 
1º que serias 12 representantes das tribos de Israel (povo de Deus no Antigo Testamento) e 12 apóstolos (símbolos do povos de Deus no Novo Testamento).
2º que seriam os turnos sacerdotais do AT como em 1 Crônicas 24. Pois assim entendem se encaixar ao reino de sacerdotes (ou sacerdócio real) em 1 Pedro 2:9, onde o povo de Deus é assim designado.
Por fim, chega-se a conclusão em ambas, que o significado dos anciãos, representam o povo de Deus ao longo da história. E suas vestes brancas simbolizam a santidade e pureza características dos servos fiéis remidos por Cristo. Suas coroas são as coroas dos vencedores (lembra das igrejas do cap.2 e 3?), os verdadeiros vencedores em Cristo, merecedores delas pelo sacrifício e justiça dEle.

"Também diante do trono havia algo parecido com um mar de vidro, claro como cristal. No centro, ao redor do trono, havia quatro seres viventes cobertos de olhos, tanto na frente como atrás." - Apoc. 4:6
Este mar trás-nos um simbolismo da necessidade de santificação e purificação antes de se achegar a Deus. Em 2 Crônicas 4:1-6, os sacerdotes tinham de se limpar antes dos sacrifícios. A cristalidade da água representa a pureza divina; e quando na redenção e na criação das novas coisas, então veremos que "o mar já não existe." - Apoc. 21:1... uma referência a inexistência da separação que hoje há entre Deus e os homens pelo pecado. João como pecador, tinha essa separação de Deus.
Esses seres cobertos de olhos, símbolos da Onisciência e Onipresença divina, que a tudo vê, em qualquer lugar, em todas as direções.

"O primeiro ser parecia um leão, o segundo parecia um boi, o terceiro tinha rosto como de homem, o quarto parecia uma águia quando em vôo. Cada um deles tinha seis asas e era cheio de olhos, tanto ao redor como por baixo das asas. Dia e noite repetem sem cessar: "Santo, santo, santo é o Senhor, o Deus todo-poderoso, que era, que é e que há de vir"." - Apoc. 4:7-8
Estes seres nos remetem ao livro de Ezequiel, onde seres semelhantes era vistos, caracterizados como querubins, responsáveis por defender e levar o trono de Deus conforme Sua soberania e vontade. Temos uma referência de seu zelo por Deus seres estes simbolicamente colocados encobrindo a arca da aliança.
As características das criaturas nos dizem o seguinte:
Leão é símbolo da Realeza (lembra a linhagem no livro de Mateus).
Boi é símbolo de força e mansidão (lembra evangelho de Marcos).
Homem é símbolo de sua ação humana, junto à força e inteligência (lembra evangelho de Lucas).
Águia é símbolo de rapidez e visão aguçada (Jesus em João via o íntimo das pessoas, tinha análise e rapidez nas situações).
As asas mostram sua velocidade em locomoção. Os olhos a capacidade aguçada em ver todas as coisas e direções. Seu incessável serviço e adoração a Deus, nos mostra que mesmo em nossas atividades, devemos estar em comunhão com Ele. Embora Deus descanse no sétimo dia, não deixa de manter o universo sob Seu domínio; os judeus descansavam dos trabalho, mas sua dedicação a Deus neste dia não. Nós entendemos que devemos fazer o mesmo, entrando no descanso divino - repousando dos nossos afazes laborais - mas nunca cessando a adoração a Deus. A ênfase na santidade divina, refletem Sua distinção sobre todas as coisas; mesmo que algo seja santificado, nada é Santo como Ele o é! Só Deus é possuidor de Todo poder existente, pois Ele é o eterno, que não teve princípio e nem terá um fim.

"Toda vez que os seres viventes dão glória, honra e graças àquele que está assentado no trono e que vive para todo o sempre, os vinte e quatro anciãos se prostram diante daquele que está assentado no trono e adoram aquele que vive para todo o sempre. Eles lançam as suas coroas diante do trono, dizem: "Tu, Senhor e Deus nosso, és digno de receber a glória, a honra e o poder, porque criaste todas as coisas, e por tua vontade elas existem e foram criadas". - Apoc. 4:9-11
Por fim, o capítulo termina por dizer-nos que todos os seres celestiais prestam adoração a Deus. Só Ele é digno do nosso louvor, adoração e serviço. Tudo que temos, é para Ele - inclusive as coroas que por Ele foi dada e nos será concedida, é para Sua adoração.
Não somos merecedores de nada! Tudo que temos, tudo que somos, tudo que fazemos é para Sua honra, glória e adoração! Para Ele e por Ele são todas as coisas... eternamente!

Este capítulo vem para nos reforçar, que embora passemos pelos momentos mais escuros e tenebrosos, Ele é o Deus conhecedor de todas as coisas, que está acima de tudo. Tem o universo aos Seus olhos e cuidado.
DEle receberemos a honra de sermos feitos sacerdotes do Seu santurário, mas tudo para honra e glória dEle, pois sem Seu favor por nós, nada teríamos!

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