quinta-feira, 15 de maio de 2014

Seria o amor exclusivista?

Parece estranho dizer, mas generalizamos o sentido do amor. O tornamos tão banal e usual, que muitas vezes esquecemos do seu real significado, sua abrangência e influência na vida de cada um. Inclusive, muitos usam a desculpa do "amor" para justificar seus erros e crimes.
Quando falamos de Bíblia, vemos uma coisa muito interessante... o significado do amor: "Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor." - 1 João 4:7-8.
Assim sendo, se Deus é amor, banalizamos então a Deus? Sim. Ao chamarmos o ato sexual de "fazer amor" (fazemos Deus?), de dizer que matou porque o/a amava (motivos pra crime), por dizer que ama determinada pessoa mais que tudo na vida (endeusamento do ser).
Verdadeiramente o amor deve ser puro, abnegado, amplo, genuíno e gratuito; nunca deve ser egoísta, restritivo, falso... porque então não é amor! Quando em minha meditação sobre "A Lei do Amor", quis dizer exatamente isso... a Lei representa a essência daquele que a fez, transfere em nós diretrizes para que venhamos a exercer isso de melhor forma. Um exemplo disso vemos em Romanos 13:10 quando diz que "O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor." Então, acho que pelo menos aqui você já entendeu melhor o post de ontem.
Mas, sobre essa questão do amor em si, quando o aplicamos à pessoa de Deus, podemos de certa forma, em nossa visão humana num rápida leitura bíblica, avaliar um certo exclusivismo da parte de Deus em ter para si um povo "exclusivo" como Ele mesmo muitas vezes o chamou. Era um povo diferenciado, que começara por Adão e Eva, e logo estendera-se aos descendentes, que já em pecado se fazia a distinção dos que eram bons e dos que eram maus.
A grande verdade é que nunca fora intenção de Deus que houvesse essa divisão de classes, e tivesse um povo exclusivo; mas este fazia-se necessário pelo pecado. Os povos eram bem distintos quanto à crenças, costumes, rituais, gostos, atitudes, pensamentos, condutas... era bem nítido em tempos primórdios, quem era devoto ao Senhor Deus Criador e Mantenedor, e quem eram os devotos de outros muitos deuses que se faziam desde aquelas épocas. Logo, era necessário que Deus "ajuntasse" os seus filhos como um único povo, para que fosse diferenciados dos outros povos da Terra. Bem como na promessa a Abraão de que sua descendência sera como as estrelas (incontáveis) até aos dias que conhecemos, é intuito de Deus que Seu amor não seja exclusivista, mas INCLUSIVO! Deseja Ele agregar-nos como um só povo!
O real propósito do amor, é fazer-se contagiar, espalhar entre outros, unir as pessoas, agregar a comunhão, o respeito e o afeto; é parte do amor a caridade, a misericórdia, a benevolência, a amizade, o bem estar. E esse é unicamente o propósito divino, quando em Seu amor e graça, escolhe entre a multidão de pessoas, aqueles que lhe são fiéis para que se distinguam dos demais que não creem, para que sejam Seus representantes aqui nesta terra, e atinjam outros com o amor que provém de Deus.
Quando olhamos os tempos dos povos da Bíblia - em especial o Antigo Testamento, muitas vezes enxergamos a Deus como um sanguinário que só desejava destruir e matar povos inteiros, desde crianças até idosos. Mas, ao analisar a história destes povos, vemos que eram extremamente perversos, que invadiam terras, eram violentos e frios, sacrificavam crianças aos ídolos, praticavam imoralidades sexuais... tinham uma vida plenamente pecaminosa. Deus, conhecendo o futuro, sabia que eram rebeldes a ponto de não se arrependerem de seus maus atos. A bem da verdade, o amor pode sim ser contaminado pelo ódio, como vemos muitas vezes. Deixaria então Deus, que seus filhos fossem contaminados e destruídos sob influência perversa? Antes, cortava o mal pela raíz afim de preservar os que restavam.
Na história do dilúvio, vemos que por um período de tempo, Noé fora incumbido de construir uma enorme barca para salvação; muitos testemunharam esse ato da construção e pregação "um tanto louco" da parte dele em fazer algo contra uma chuva que nunca havia caído! Mas, quantos creram no futuro acontecimento para que se arrependessem dos seus pecados e fossem salvos?
Posteriormente, vemos também a história da prostituta Raabe, que ajudou espias israelitas na conquista de uma cidade. Por fim ela foi salva da morte que assolaria o seu povo pecaminoso, arrependeu-se da sua má conduta, casou-se com um israelita e tornara-se tataravó do Rei Davi. Raabe fora mãe de Boaz, que casou com Rute - uma moabita, cujo povo era descrente em Deus - (lembra da história e do livro? Ela viúva como a sogra, deixara sua vida para ficar com a sogra e cuidar dela já na velhice... fora agraciada por Deus também!) e por fim ambas entraram na linhagem genealógica de Jesus!
Mais tarde então, vemos a comovente história do povo de Nínive no livro de Jonas; um povo perverso, violento e que cometia atrocidades a todo o tempo. Jonas fora chamado por Deus para pregar o arrependimento ao povo, e ele, em sua descrença sobre essa possibilidade, tentou fugir, não querendo dar a oportunidade ao povo de conhecer sobre Deus e Seu amor. Finalmente ele foi, o povo se arrependeu de seus maus caminhos, e fora poupado de uma destruição como a que havia afligido a Sodoma e Gomorra. Enfim, temos inúmeros exemplos na Bíblia de como Deus era inclusivo, ao querer o arrependimento e conversão dos povos em pecado e perversidade, sendo transformados pelo amor. 
Mas o mais belo e singelo de todos os exemplos que temos, é o amor de Deus por nós: INCLUSIVO! Deus abriu mão do salário eminente do pecado dando-nos um período de tempo mesmo após pecarmos, do seu coração ferido ante nossa rebeldia, do Seu amado Filho... Ele nos deu uma nova chance, para sermos amados, salvos e remidos dos nossos pecados. Temos chance de gozar do Seu amor e bondade enquanto vivos!
O amor de Deus quer juntar-nos sob suas asas (Mateus 23:37), nos proteger e nos guardar muito mais do que imaginamos (Isaías 49:15-16), que cuida de nós muito mais que dos passarinhos, pois mesmo quando todas as dificuldades nos assolam, Ele está ao nosso lado (Mateus 6:25-34). Presos em nosso egoísmo, não enxergamos assim o amor terno e puro de Deus, inclusivo e estendido a todos os povos, todas as raças, todas as Suas criaturas. O amor de Deus é tão imenso e infinito, que mesmo nos vendo neste mundo participantes do pecado, deseja ter-nos livres deste, num mundo novo, limpo, puro e plenamente feliz de paz e amor.
O amor de Deus é único! É terno e perfeito, livre de toda angústia, prisão, avareza e egoísmo que nos motiva a cada atitude. Nosso amor, diferente do dEle, tende ao próprio interesse; buscamos a nossa felicidade quando buscamos a outros para nos completar... E Deus? Ele vê e almeja puramente NOSSA felicidade... pois a verdadeira felicidade é alcançada quando se faz outros felizes. E o verdadeiro amor só e sentido e compartilhado, quando se é abnegado e livre.

"No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em amor.
Nós o amamos a ele porque ele nos amou primeiro. Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu? E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também a seu irmão." - 1 João 4:18-21

"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 
O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor." - 1 Coríntios 13:1-13

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