Você deve conhecer está brincadeira, onde uma pessoa passa para outra aquilo que ouve, e por fim só sabemos o que a pessoa nos conta, pois ela relata o que entendeu.
Isso não é difícil de se aplicar ao nosso mundo hoje. Tendemos a passar adiante aquilo que ouvimos, da maneira que entendemos, muitas vezes sem repetições, e quando temos a repetição, parece que piora pois tudo se altera no sentido!
Nisto podemos encaixar diversas coisas: uma orientação dos pais, o conselho que ouvimos, uma fofoca, uma leitura que fazemos, uma notícia que ouvimos, um boato que ecoa pelas redondezas, uma coisa explicada. Enfim, tudo que lemos ou ouvimos, tende a modificação devido nossas próprias interpretações sobre o que entendemos de fato. Logo, passamos adiante o que entendemos e não o que de fato ouvimos nas mesmas palavras.
Nos tempos bíblicos logo após a criação, foi Adão e Eva incumbidos de passar aos filhos o que sabiam. Por meio do ensino, na fala e nos atos, transmitir a sua descendência tudo aquilo que ouviam de Deus e dos Anjos mensageiros, e seus filhos deveriam assim fazer o mesmo sucessivamente por gerações. Por longos 400 anos, fora o povo de Israel cativo em escravidão no Império Egípcio. Os anos de dura servidão, maus tratos, humilhações e trabalho incessante, fizeram com que o povo se esquecesse do Deus Criador; o povo que ali entrara primeiramente no Egito já não transmitia seus conhecimentos aos outros, não falavam de Deus, e nem mesmo obedeciam Suas Leis. Um dia, Deus levantou Moisés para libertar o povo dessa escravidão e possuir a terra que havia prometido à família de Abraão e ser assim o Seu povo diferenciado por sobre a Terra.
Ontem falamos da unidade religiosa. Hoje, neste mesmo tópico vemos um claro exemplo de como este pode ser maléfico. O povo cativo no início do período da escravidão egípcia, mal transferiam seus conhecimentos sobre Deus e Sua Palavra; assim, seus descendentes também não eram servos dEle por não O conhecerem de perto. A mente do povo era inundada por maus costumes, palavreados, culturas, cultos e crenças; seu afastamento do Senhor, fez com que se tornassem só mais um povo entre muitos, idólatra, paganizado, desobedientes, comedores de quaisquer tipos de alimentos, beberrões, adoradores de deuses diversos... tudo isso por se deixarem sob a influência na união com os povos que o circundavam.
Após o povo sair do Egito, Deus precisava começar como que um processo de lavagem mental e espiritual no povo que estava contaminado com as abominações dos outros povos. Assim, guiou o povo do Egito rodeando o deserto por 40 anos (por desobedecerem), quando este poderia ter feito o percurso em poucos dias. O Senhor manifestou-se no cume do Monte Sinai, em meio à uma densa nuvem e relâmpagos e trovões, donde então escreveu com Seu próprio dedo (Deut. 9:10) o que hoje conhecemos por 10 Mandamentos de Deus (Êxodo 20:3-17); além destes, Ele também ditou a Moisés outras centenas de regras de conduta, para que o povo aprendesse em essência sobre o amor, perdão, compaixão, compreensão, colaboração, conduta e caráter. Queria Deus torná-los virtuosos, espirituais, tementes a Ele, corretos e íntegros; anseia que este fosse Seu povo, diferenciado de todos os outros, para que propagasse a esperança de salvação com o nascimento e morte de Jesus, que fosse um povo peculiar em meio à devassidão existente. Era (e é!) propósito de Deus, que Sua Palavra se propagasse até ao fim dos tempos, quando Jesus regressar à Terra; que o povo se regenerasse e se arrependesse dos pecados, que lhe fossem fiéis, e que se tornassem diferenciados dos povos errados que seguem maus desígnios.
O fato é as palavras de Deus não tiveram o impacto desejado, não porque Ele não fosse eficaz, mas porque cada pessoa a transmitia da sua maneira, segundo seu entendimento, de acordo com seus antigos costumes inadaptados, seus atos não totalmente transformados. O que deveria ser levado ao pé da letra, era visto como 'interpretativo' e adaptável aos costumes e épocas e o que deveria ser interpretativo era tido por literal, as pessoas que se diziam conversas distorciam a veracidade da palavra em uma "mentira branca"... assim, esta era tida como verdade plena.
Ao longo dos anos, mesmo após a vinda de Cristo, sofremos grandes consequências disso. Mesmo após a Reforma Protestante muitas verdades redescobertas - que haviam sido esquecidas ou desvirtuadas com o tempo - foram de pronto rejeitas, esquecidas novamente e/ou mal interpretadas. Os que receberam luz divina quanto às verdades bíblicas, pouco transmitiam do que aprenderam; outros não entendiam; outros faziam questão de não buscar compreender o que havia escutado. Assim, verdades plenas como: a idolatria disfarçada de devoção/respeito, a banalização do nome do Senhor, a observância do sábado, o adultério, a mentira, o estado do homem na morte (sua inconsciência), a volta de Jesus, Deus como Criador... foram deixadas de lado e soterradas com mentiras misturas que se tornaram plenas verdades contrárias às Escrituras.
Sei que como outros, este post parece-lhe prolongado, mas gostaria que se atentasse a tudo isto.
A palavra de Deus não fora desvirtuada agora. Também muitas coisas chega-se muitos a duvidar e a ter plena certeza, mas cremos obter luz quanto as verdades acima. ao longo dos anos, fora a Palavra de Deus sendo transmitida como em um "telefone sem fio", onde os que passavam, passavam o que haviam lido ou ouvido de qualquer forma como tinham entendido; não procuravam a fonte para obter o verdadeiro entendimento para que pudessem transmitir tudo de forma íntegra! O mais lamentável de tudo, é que ainda hoje muitos "brincam" de telefone sem fio... levam a Palavra de Deus de forma leviana, mal ouvem e mal transmitem. Muitas verdades hoje surgem como se fora fofoca ou mentira, tudo porque Deus é hoje tido de forma leviana.
Cristo nos adverte da importância em se prezar pela veracidade e integridade de Sua Palavra! Devemos ter plena certeza do que ouvimos, como ouvimos e se a informação é verídica antes de espalhar. Infelizmente, os fofoqueiros e os transmissores de mensagem via telefone sem fio, herdarão duas consequências que o Senhor não desejaria dar a ninguém... mas que será necessário na erradicação do mal:
"Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; E, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro." - Apoc. 22:18-19
A palavra de Deus é fiel e verdadeira! É digna de confiança e seguimento. É regra de conduta, mudança de caráter, perfeição espiritual e comunhão com o Autor. Deve ser transmitida de forma séria, pura, verdadeira e eficaz, para que produza os efeitos para as quais fora escrita.
"Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente cedo venho. Amém. Ora vem, Senhor Jesus.
A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós. Amém." - Apoc. 22:20-21
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