terça-feira, 13 de maio de 2014

Tudo é Graça de Deus

Uma das coisas mais complexas (aos olhos alheios) na Bíblia, é entender a relação entre salvação pela graça e a prática das leis de Deus. Na verdade, não diria nem tanto a prática em si, mas a validade das leis.
É comum ouvir entre os crentes em Deus que a lei fora abolida na cruz mediante o sacrifício de Cristo. Mas, ao mesmo tempo me vêm diversas perguntas que não são respondidas pelos mesmos, e que gostaria que você analisasse. De fato, a Lei de Deus não é 1, nem somente as 10 contidas em Êxodo 20:3-17. Em uma leitura sobre o livro das leis chamado de Levíticos, podemos ver diversas leis: de saúde, de conduta, de justiça, de culto, de sacrifícios, de educação, de casa, etc. 
Olhando tudo isso (que não citarei aqui porque é grande demais), gostaria que você pensasse no seguinte: poderia a morte de Jesus anular uma lei e validar o consumo de qualquer tipo de alimento, sabendo Deus que a morte de Cristo não fez nenhum animal impuro agora limpo,  que aliás, o deixa como sempre fora? Poderia a morte de Cristo, tornar uma pessoa livre para ser adúltera, homicida, mentirosa, sodomita, caluniadora, idólatra, desonrosa aos pais, cobiçosa? Poderia a mesma morte, tornar legal qualquer falta de punição ante um ato de assassinato, roubo, ou outro tipo qualquer? Você com certeza dirá: "claro que não! De onde tirou isso?" E eu digo, é o que querem fazer com a Palavra de Deus todos os que dizem ser a Lei então abolida.
De fato, houve sim uma em especial que tornou-se nula pela morte de Cristo e Sua ressurreição: a lei dos SACRIFÍCIOS. Todo pecador deveria comparecer diariamente ao Tabernáculo a fim de oferecer sacrifícios de cordeiros para que pudesse obter remissão de seus pecados (logo vemos que a salvação não é uma única vez para sempre, mas um ato contínuo, diário, de comunhão vitalícia com Deus). Com a morte de Jesus, vemos que Ele mesmo fora o Único, Perfeito e Eficaz sacrifício necessário e definitivo para a remissão dos pecados, não sendo mais então necessária a morte dos cordeiros sem manchas e defeitos que O simbolizavam. (Pelo cumprimento dessa vontade fomos santificados, por meio do sacrifício do corpo de Jesus Cristo, oferecido uma vez por todas. Dia após dia, todo sacerdote apresenta-se e exerce os seus deveres religiosos; repetidamente oferece os mesmos sacrifícios, que nunca podem remover os pecados. Mas quando este sacerdote acabou de oferecer, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à direita de Deus. Daí em diante, ele está esperando até que os seus inimigos sejam colocados como estrado dos seus pés; porque, por meio de um único sacrifício, ele aperfeiçoou para sempre os que estão sendo santificados. - Hebreus 10:10-14).
A bem da verdade, não conseguiríamos saber o que é pecado ou não sem uma diretriz. Você poderia saber que é proibido andar a 200km/h em algum lugar se isso não fosse respaldado por alguma lei? Claro que não! A lei serve de guia para normatizar condutas. E de fato, só é livre de verdade quem anda de acordo com as regras, pois se não estaria você a mercê do cárcere da transgressão.
A lei de Deus é como um espelho que mostra-nos onde erramos, o que precisamos mudar, e Quem é que pode nos moldar. Ela nos mostra a nossa necessidade de Jesus ("De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados. - Gálatas 3:24), ou seja, ela nos mostra os nossos defeitos e nos conduz Àquele que pode nos tornar perfeitos. Ninguém deve seguir a lei para ser salvo, mas praticá-la em sua vida para que se mostre aos outros a Quem servimos de fato, de Quem somos verdadeiros seguidores. Se somos cristãos, porque não fazer o que Cristo fez?
Verdadeiramente ninguém é salvo porque faz coisas boas, mas as faz porque é salvo, porque Deus é o seu guia, e porque o amor já está em seu coração.
Se a lei fosse o caminho da salvação, para que então sacrifício de Cristo? Somente a graça (o amor e o perdão por méritos no sacrifício) de Jesus podem nos salvar! Nada do que façamos pode ser justificado para a salvação, pois de fato "Somos como o impuro — todos nós! Todos os nossos atos de justiça são como trapo imundo. Murchamos como folhas, e como o vento as nossas iniqüidades nos levam para longe." - Isaías 64:6. Nada do que venhamos a fazer poderia nos salvar... a não ser aceitar o favor imerecido de Deus em nossa vida, em nos aceitar, amar, perdoar e salvar!
A prática da Lei (do amor e do bem) reflete o caráter de Jesus em nós. As pessoas visualizam a Deus quando pela prática somos diferenciados... e não o fazemos para ser, mas porque já somos salvos nEle. Se não temos em nós o caráter de Cristo, de fato não somos cristãos!

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